Nossa Senhora Aparecida de Córregos, um pequeno povoado com aproximadamente 1000 habitantes, já distrito e situado nas proximidades de seu município, Conceição do Mato Dentro, este, a cerca de 180kms de BelÔ foi meu lugar escolhido para dar uma “chegada”.
Já conhecia Conceição do Mato Dentro, e sempre ouvia as pessoas falarem desse povoado, mas nunca me deu aquele “estalo” para que eu fosse conhecer. Num belo fim semana, tempo bom, nem muito calor e nem frio (ideal para uma curtida de estrada), coloquei no GPS meu destino, Córregos.
188kms, cerca de 3 horas e meia de estrada, jaqueta, calça, botas, luvas e nem precisa falar do capacete, não é? Condições de tempo favoráveis, tanque cheio, #partiu!
Rota definida, segui para MG 010 Lagoa Santa, Serra do Cipó, Conceição do Mato Dentro. Pega-se um trecho muito lento em Lagoa Santa, pois passa-se por dentro da cidade, muitos quebra-molas, enfim, era a rota. A caminho do Cipó, cerca de 100kms, minha referência é a Serra do Espinhaço ao fundo que vai se aproximando, muito interessante, pois literalmente passaremos por cima dela. Muito “massa” essa ideia.
Após o Cipó, tem um dos trechos mais bonitos que já andei, nem lembra as vezes que estamos no Brasil pela estrada e vegetação que proporcionam um visual bem bonito. Punho firme no acelerador, freios esquentando, respeitando os limites de velocidade, muitas curvas em baixa velocidade entre subidas e descidas até a Conceição do Mato Dentro.
Ufa, avistei o “Seja Bem-Vindo à Conceição do Mato Dentro”, diminui a velocidade para que pudesse perceber cada movimento do lugar, como sempre faço. Embora no meu GPS já estivesse definido onde era “Córregos”, sempre arrumo motivos para perguntar a um nativo da região para ouvir aquele sotaque de “interiôrrr”: Onde é o povoado?
Por via das dúvidas, completo o tanque da “Flecha de Prata” no posto dentro da cidade e rumo ao meu destino. Após poucos kms da saída da cidade, na MG 010, vejo uma placa muito simples de madeira escrito: Córregos. Estrada de terra, bem cascalhada, deixou minha moto “rabiando”, pneus cheios com calibragem para asfalto, não queria mudar isto. Mas tava legal.
A uns 12kms de estrada de terra, e super interagindo com a natureza, com direito a búfalos, currais e tudo mais, começo a enxergar o que havia imaginado do lugar, já com calçamento na rua, vejo casinhas com fumaça saindo pelas chaminés, aquele cheiro bem mineiro de lenha queimando, pessoas nas janelas bisbilhotando o que se passa, definitivamente um “lugarzin” charmoso e calmo.
Numa igrejinha bem fotogênica (Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida de Córregos), com um gramado bem cuidado, páro a moto e desço. Engraçado que sempre tem um ou outro “pé de cana” já “cedin” para te cumprimentar e vir trocar ideia (rsssss). Dou corda, e acaba que ele vira meu guia com informações sobre Córregos.
“Fundado por bandeirantes em 1702, é considerado um dos distritos mais antigos de Conceição. Chamado originalmente de povoado de Nossa Senhora Aparecida de Córregos. Está assentado sobre um vale no qual estão dispostas casas tipicamente coloniais e bem antigas. Conserva hábitos tradicionais, dentre os quais destacam-se festas religiosas, sendo as principais: Festa do Divino (20/01), Festa de Nossa Senhora do Rosário (14/09) e Festa da Padroeira, Nossa Senhora Aparecida (12/10).
O distrito está dentro da Estrada Real e vem recebendo cada vez mais turistas. A economia é baseada na agropecuária, culinária, artesanato e turismo, tendo como uma das opções de lazer o rio, onde a população e os turistas se banham (Ribeirão Santo Antonio do Cruzeiro). Dentre as manifestações culturais, além das festas religiosas o distrito também conta com a banda de música local que se apresenta durante as festividades.”
Este foi o resumo do meu guia “pé de cana”, hehehe, que foi bem bacana comigo e muito prestativo ao dar estas informações. Fiquei até com vontade de “biritar” uma com ele, mas de MOTO, não DÁ!!!
Após abraços e despedidas, deixei aquele lugar, simples, mas muito prazeroso.
Pôxa, logo após um tempo este lugar foi set de filmagem de uma mini série da Globo: Santino e o Bilhete Premiado. Curti…
Até a próxima “viagem”.
