Existem várias lendas e explicações para o utilização do sino.
Confira algumas delas:
Cocheiros indígenas espantavam os espíritos
Reza a lenda que na época da colonização dos Estados Unidos, quando europeus e indígenas conviviam, várias carruagens foram assaltadas e queimadas por índios sioux/navajos. Mas, uma diligência (grande carruagem de tração animal, com suspensão de molas, empr. no transporte de passageiros, bagagem e malas do correio, entre localidades distantes) em especial sempre passava e andava em todos os territórios sem serem molestadas, entre territórios e povos diversos, ao contrário do que conta a história dos EUA, que os índios eram assassinos cruéis.
Na realidade, os índios eram povos lutando pela sobrevivência, altamente espiritualizados e conectados com a natureza e tudo que nela está envolto. Sempre que iam caçar ou adentrar em regiões, pediam proteção para os deuses e num ato de fé, pediam que nada pudesse machucá-los, pois estavam ali apenas de passagem e que mal algum fariam. Não havia sinos, não como conhecemos, mas prendiam ossos secos em seus pés, e o som de cada passo faria com que todos os “espíritos” percebessem sua passagem na sua longa travessia, mas um aviso sempre era dito, “Não ande mais rápido que seu protetor”. Desta forma, demonstravam o respeito e suas reais intenções.
Se um dos cocheiros, geralmente filho de índios, precisasse fazer grandes travessias, pendurava ossos secos em um lugar alto da carruagem, para que o som se propagasse durante o caminho. O som destes ossos parecia de um sino, como existem hoje os sinos de ventos. Assim, sempre o cocheiro passava intacto, pois todas as tribos respeitavam isso. Com o passar dos anos, estes ossos foram substituídos pelos sinos metálicos, somente com a intenção de propagar mais rapidamente este “recado” aos deuses do local. Esse é um fato verdadeiro explorado em todos os filmes, e até reproduções da época, sempre tem um sino nas carruagens.
O motoqueiro de Salt Lake
O motociclismo lançou-se com os grandes aventureiros e suas longas viagens pelas montanhas, com travessias por longos percursos. Vários acidentes e mortes ocorriam e eram rememorados em longos encontros. Até que um dia, um dos integrantes, resolvido a correr o risco, decidiu fazer uma longa viagem pelas montanhas de Salt Lake (região montanhosa e desértica). No grupo, havia um senhor que o presenteou com um sino pequeno, amarrou em sua moto e lhe contou as histórias dos antigos cocheiros e suas carruagens. E assim, o motociclista foi de uma costa a outra sem nada ocorrer. Ao retornar, todos queriam saber como foi a viagem. Logo ele contou todos os fatos, dizendo que a jornada foi tranquila e que ele nunca se sentiu sozinho, pois seu “anjo da guarda” o acompanhava a todo momento. Apenas ouvia as “músicas” que eram emanadas das montanhas.
Este evento foi repetido e divulgado em todas as regiões, e todos os viajantes sempre presenteavam seus amigos com os sinos.
MALIGNOS Espíritos das Estradas
Outra lenda estadunidense conta que os “Malignos Espíritos das Estradas” perseguem as motocicletas que rodam nas estradas. Essas entidades são os principais responsáveis por problemas mecânicos, acidentes e outros acontecimentos de má sorte que acontecem ao longo da jornada de um motociclista.
Desde então, motociclistas amarram pequenos sinos em suas motocicletas, acreditando que tais espíritos ficariam presos dentro destes sinos e que o tilintar constante destes os enlouqueciam, fazendo com que percam a capacidade de acompanhar a motocicleta, caindo ao asfalto e retornando às profundezas de onde vieram!
Os “Guardian Bell” surgiram em função dessa lenda e hoje são presenteados a motociclistas e amarrados a milhares de motos nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, sempre na parte inferior da máquina, bem próximo ao asfalto. Dizem que dar um Guardian Bell aumenta ainda mais o seu poder de proteção. Além de um sinal de amizade, um Guardian Bell é sinônimo de que você se preocupa com alguém que está na estrada!
A tradição aponta que o sino tem que ser um presente e que deve ser colocado na moto para afastar “maus espíritos”. Se você roubar o sino de outro motoqueiro, ao invés de te proteger, você será amaldiçoado com todos os espíritos malignos que ele afugentou.
O mexicano encantado pelo peiote
A lenda mais “mística” sobre o sino é a história de um motociclista que estava voltando do México com os alforjes carregados de presentes para crianças. No meio do caminho, foi surpreendido por criaturas místicas (ou talvez ele tenha experimentado peiote (https://pt.wikipedia.org/wiki/Peiote) demais no México) que fizeram com que ele perdesse o controle e caísse da moto, ficando preso debaixo dela. Para espantar as criaturas, ele começou a atirar os presentes das crianças nelas. Ao pegar um sino entre os presentes, o tilintar dele fez com que outros motociclistas ouvissem o som, se aproximassem para ajudar e expulsassem as criaturas. Em gratidão, ele amarrou os mesmos sinos na moto dos motociclistas que o ajudaram, e isso virou uma tradição. Dizem que até hoje as criaturas malignas das estradas fogem ao ouvir o tilintar de um sino guardião se aproximando.
Gremlins
Outra lenda: a estrada é repleta de espíritos malignos que gostam de causar problemas mecânicos nas motos, chamados de gremlins. O tilintar de um sino guardião recebido como presente os espanta.
Mais uma lenda: esses mesmos gremlins são atraídos e ficam presos na parte oca do sino. Com o andar da moto, o tilintar do sino os enlouquece, até que eles se jogam e caem na estrada. E é assim que os buracos surgem.
Chegando de viagem
Já sobre a origem histórica do sino, alguns defendem que ela data dos tempos das carruagens, pois algumas pessoas as ornavam com sinos para avisar seus familiares que eles estavam chegando com segurança em casa.
Corridas de motos
Outros já defendem que a origem é mais recente. Surgiu em 1930, em Sturgis, quando o pessoal do Jackpine Gypsies Motorcycle Club já davam sinos como passe de entrada para as corridas por eles organizadas.
Não importa a origem, ou no que você acredita.
O significado do sino guardião é um só: Quando você vê alguém na estrada com um desses, sabe que o cara foi presenteado com o que há de mais importante na estrada: a amizade de outro colega motociclista.”
E você, já ganhou o seu?
E quantos você já deu de presente?
Fonte: augusto.cnt.br; obarqueirocaronte.blogspot.com.br; familiaemduasrodas.blogspot.com.br; ossemfronteiras.blogspot.com.br