Coluna Mauro Assumpção – Surpresas de Minas – Queluzito/MG
Essa tal nossa Minas Gerais é surpreendente mesmo.
Num domingo pela manhã decido deliberadamente conhecer Queluzito, uma pequena cidade de aproximadamente 2.000 habitantes, a cerca de 120km de Belo Horizonte, nossa capital.
Pela BR 040 sentido Rio de Janeiro, rumei “prá” lá dos trevos de Congonhas, Conselheiro Lafaiete e mais um “tiquin”, virei a direita numa estrada que, num primeiro momento, não me convenceu. A beira de um posto de gasolina e uma churrascaria, com jeito de que não me levaria ao surpreendente, comecei a contagem regressiva dos poucos menos de 15km no meu odômetro para chegar a esta cidade.
Ahhhh! Com curvas leves de média velocidade, um horizonte tipicamente mineiro, recheado de montanhas, abro a viseira do capacete para receber os ares da região. Faço com que meus olhos sejam lentes para gravação de todas as paisagens possíveis de ser armazenadas na minha memória. E não é que sou recepcionado por um papagaio gigante na entrada da cidade me dando boas-vindas!?
De cara pensei: diferente e curioso!
Seguindo pela estrada marcada de desgaste de pneus, saberia que esta me levaria ao centro da cidade. De repente, após entrar em uma avenida larga de calçamento e arborizada, me deparo com uma praça enorme (muito bem cuidada por sinal), uma igreja, um coreto, aqueles banquinhos típicos de praças, uns cavalos sob olhares de seus donos em prosa… decido por ali estacionar a moto.
Caminhando pela praça, como disse, muito bem tratada, com um chafariz funcionando, vou para o alto onde fica a igreja e observo aquele lugar que parece se resumir naquele pedaço onde meus olhos alcançam. Confesso que tenho uma mania de pensar assim “moraria aqui?” como forma de chancelar a minha sensação positiva pela lugar.
Procurei por um bar, buteco ou algo parecido para comprar qualquer coisa e interagir, no intuito de perceber aquele sotaque interiorano, o “jeitin” do mineiro que, por sinal, é muito acolhedor e ao mesmo tempo ressabiado. Afinal um motociclista chega de jaqueta, botas, capacete nas mãos, pode assustar… mas que tudo se acerta ao dar aquele cumprimento que é nosso e ninguém nos tira, o “e aí, tá bão?”.
E para finalizar, vou até o coreto respirando 100% de oxigênio puro, refletindo o quão rejuvenescedor e indescritível é o motociclismo: nos proporciona estar nestes lugares associando o prazer em todos os sentidos.
Depois disso, retorno à minha querida Béozonte. E desta vez com um grande amigo de estrada, Lucas Aleixo.
Até a próxima!