Diário de uma Motociclista

 

O mundo duas rodas surgiu em minha vida, através da necessidade de obter um meio de transporte mais em conta e que me ajudasse na mobilidade do dia a dia, na época de estudante.

Com isso surgiu a Bebe, minha primeira moto, uma Intruder 125, pequena e econômica, ideal para minha necessidade daquele momento.

Santa ingenuidade a minha, achar que seria apenas um meio de transporte. Em pouco tempo, vinha a descobrir uma paixão.

Com menos de 1 mês de carteira, resolvi ir até minha terra, São Bartolomeu, um pequeno distrito de Ouro Preto, fica a 98 km de distância de Belo Horizonte. Nessa viagem gastei 4 horas para percorrer 98 km, não podia ver uma carreta vindo que logo jogava para o acostamento. Mas sem dúvida alguma, foi uma grande aventura, senti naquele momento, algo muito forte dentro de mim, desabrochava ali uma motociclista.

Depois dessa viagem, foram surgindo outras como, Brasília, Espirito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

Ficamos bons anos juntas eu e a Bebe, até que um dia, percebi que gostaria de ter uma companheira maior, veio então a Monstra.

Monstra era o nome da minha Falcon 400, foi minha grande companheira por 7 anos, com ela ia longe. Ela aguçou em mim o interesse pelo mundo Trail, motos altas. Motos que me proporcionam um grande conforto e versatilidade.

Durante a parceria com a Falcon, me empolguei com a propaganda da HONDA, com o lançamento da CB300 e resolvi adquirir uma, chamava ela de New Baby, vermelhinha, linda, mas com pouco tempo, percebi que não era meu estilo de moto, vieram também os problemas crônicos do modelo, fazendo que eu perdesse o interesse nela.

Então, logo eu a entreguei para um novo dono.

A Falcon realmente era uma paixão, mas o espirito de motociclista viajante, pedia cada vez mais e mais.

Depois de uma minuciosa pesquisa, claro no mundo Trail, deixei a Monstra ir embora, mas com o coração apertado, então, dias depois fui buscar minha Xt660r, minha grande Fofurinha. Confesso que achei que jamais conseguiria ter uma Xt, um trator desse, mas consegui e hoje e’ minha grande companheira.

A XT iria me proporcionar voos cada vez mais altos e esse objetivo, cada dia que passa, vamos alcançando e dobrando a meta.

Durante muitos anos, por volta de 13 anos mais ou menos, viajei solo, mas agora a pouco mais de 1 ano, ganhei de presente de papai do Céu, um companheiro para estrada e para a vida.

Devido ao grande desejo dos bandidos pela XT, sendo uma moto muito visada para roubo, seu uso diário, começou a ficar mais arriscado, então, Fofurinha fica guardada apenas para viagens e adquiri o Estrôncio, uma Intruder 125 para ser meu transporte diário. Confesso, não tem moto melhor para essa finalidade.

Viajar de moto e’ para quem gosta, não para quem quer, e’ para quem ama o mundo duas rodas, indiferente da cilindrada da sua companheira. A medida que vamos alçando novos voos, sempre queremos aumentar a cilindrada, em buscar, maiores confortos e outros aspectos.

Para uma mulher solo e’ inimaginável realizar viagens curtas ou longas, na verdade e’ desafiador.

Mas eu e Fofurinha somos uma grande dupla, e nosso Belo Brasil e nossa lindíssima América do Sul, vamos desbravando. E ainda vamos desbravar mais…

Em 2016 resolvi criar um instagram “diariodeumamotociclista” com a finalidade de divulgar as viagens, incentivar as mulheres a pilotar e viajarem sozinhas e estimular os amantes do mundo duas rodas para esse motociclismo incrível, que é o motociclismo de viagem.

Nessa coluna, vou trazer sempre uma matéria sobre algum lugar visitado, contendo dicas, sugestões e fotos, para vocês sentirem o gostinho de andar na garupa da Fofurinha. Façam contato.