Vou lhes contar uma história. Essa é a história de uma mulher comum como tantas outras: uma mulher que ri, chora, sofre, trabalha… Uma mulher que resolveu vencer suas barreiras.
É muito triste em pleno século 21, na contemporaneidade, nós mulheres ainda sofrermos preconceitos pelos nossos desejos e
sonhos. Isso continua acontecendo de forma velada, de forma escondida, de forma sutil, e por mais que pareça brincadeira algumas coisas que a gente escuta por parte de homens ou mesmo de outras mulheres, essas brincadeiras apenas fortalecem o imaginário social de machismo e discriminação.
Brincadeiras como “Aposto que é mulher que está no volante.”, “O castelo da mulher é a cozinha e seu trono é a pia.” “Lugar de mulher é atrás do tanque.”, e tantas outras que escutamos no dia-a-dia, aparentemente inocentes, apenas reforçam o machismo.
Então agora eu quero contar para vocês a minha história. Sempre fui uma mulher a frente do meu tempo, uma princesa um tanto quanto diferente. Se me perguntarem qual a minha princesa Disney favorita, você não vai me ouvir falar nomes como Cinderela, Bela Adormecida ou Branca de Neve, mas sim Pocahontas. Uma princesa que enfrentou toda a tradição de sua comunidade para atender os desejos de seu coração.
Desde criança, nunca aceitei nada que contivesse a frase: “Você não pode porque é mulher!” Única filha de três, sempre sustentei minha opinião nos embates familiares.
Nunca foi fácil, até hoje não é, mas nunca desisti de fazer aquilo que queria pra mim.
Hoje sou uma mulher livre e independente. Tenho habilitação, danço, sou bem resolvida com meu corpo e com minha mente. E decidi, contra tudo e todos, ser motociclista.
Desde 2016 ando de moto. Comecei com uma Crypton, rodei muito com minha Intruder 125 e, recentemente, adquiri uma Fazer 250, que será minha nova companheira de estradas.
Além de viajar sozinha toda semana, em dezembro/janeiro fiz minha primeira viagem interestadual de moto. E sim, sozinha! Como minha família se preocupou!!! E eu entendo tanto amor… Sou grata! Mas sei que muito dessa preocupação tem um fundo de machismo.
Mas o que posso dizer é que não desisti, e nunca pretendo. Sempre vai ter gente para propor impedimentos para meus feitos. E tudo bem! Porque respeitar as diferenças faz parte do processo de empoderamento.
Se eu posso dar uma dica é que se busque por inspiração e coragem todos os dias. Ser mulher não é fácil, mas é uma delícia possível.
Maria Bruna Mota é mulher empoderada, motociclista, bailarina, psicológa e psicanalista.
Sua história inspira!!! Parabéns pelo empoderamento mulher e pel texto!
Excelente, continue a inspirae